sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mercosul, um caminho sem volta

Das exportações brasileiras para o Mercosul, 92% são bens industrializados. Se o bloco fosse um "fardo", as exportações brasileiras teriam crescido 55 pontos percentuais acima da média mundial nos últimos 8 anos?

Vinte anos depois da criação do Mercosul, ainda é necessário desmentir os chamados “mercocéticos”, entre eles políticos demotucanos, alguns diplomatas aposentados e jornalistas. Eles alegam que o bloco seria um “fardo” pesado a impedir o Brasil de alçar voos mais altos no comércio exterior, a impedir negociações com outros blocos ou países. Uma alegação tão bombástica quanto vazia.
Afinal, qual foi o grande acordo comercial que os países do Mercosul deixaram de fazer? Com a Alca (Área de Livre Comércio das Américas)? Com a União Europeia?
Qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento sobre questões internacionais sabe que não foi esse o caso. Em relação à Alca “ampla” norte-americana, as negociações não prosperaram devido essencialmente à recusa dos EUA em colocar na mesa os seus temas sensíveis, como subsídios agrícolas e antidumping. Ao mesmo tempo, os norte-americanos insistiam em concessões quanto à propriedade intelectual, investimentos e serviços, o que afetaria a capacidade de nossos Estados de promover políticas industriais e de desenvolvimento.
Além disso, a oferta dos EUA em tarifas, apresentada em 2003, discriminava nitidamente o Mercosul. Note-se que o Brasil e o Mercosul fizeram, naquele mesmo ano, a proposta de criação de uma Alca pragmática e realista, restrita à desoneração tarifária estrito senso, o que evitaria o obstáculo desses temas sensíveis, objeto de negociação na OMC (Organização Mundial do Comércio). Os EUA recusaram.
Os mercocéticos também criticam a não assinatura do acordo com a União Europeia. Ocorre que o grande entrave às negociações reside no escandaloso protecionismo agrícola europeu.
Os mercocéticos ignoram que o Mercosul se expandiu bastante em seu entorno regional. Hoje, quase todos os países da América do Sul participam na área de livre comércio do Mercosul; as únicas exceções são Suriname e Guiana. E a Venezuela só não conseguiu ainda a sua adesão como membro pleno devido a resistências políticas que passam ao largo dos interesses de longo prazo dos países da região.
Graças a essa grande expansão, a Associação Latino-americana de Integração (Aladi), que inclui o Mercosul, já absorve cerca de 45% das exportações brasileiras de manufaturados, contrabalançando a concentração de exportações de commodities que se observa em nossos fluxos comerciais com a Ásia e a União Europeia.
Vale observar que, das exportações brasileiras para o Mercosul, 92% são bens industrializados.
Se o bloco fosse um “fardo”, as exportações brasileiras teriam crescido 55 pontos percentuais acima da média mundial nos últimos 8 anos?
Quanto ao Mercosul como um todo, as exportações extrazona, isto é, para terceiros Estados, aumentaram em 200% entre 2002 e 2008, bem acima do crescimento do comércio mundial, que foi de 147%.
No mesmo período, as exportações intrazona aumentaram espantosos 300%. Os investimentos diretos subiram de cerca de US$ 15 bilhões, em 2003, para US$ 57 bilhões, em 2008. Registre-se que esse aumento ocorreu num período no qual não houve privatizações de monta, como no passado, no governo dos mercocéticos.
Na realidade, o Mercosul e a integração regional tornam-se cada vez mais importantes para todos os países membros. Atualmente, a Argentina exporta duas vezes mais para o Mercosul, sem incluir seus membros associados, do que para todo o bloco do Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, na sigla em inglês).
Cerca da metade das exportações paraguaias estão concentradas no Mercosul. Já o Uruguai exporta cerca de quatro vezes mais para o Mercosul do que para o Nafta.
Essas cifras não acontecem por caso. São fruto, em primeiro lugar, de uma decisão política que nossos países tomaram, no sentido de consolidar e aprofundar a integração regional, que no passado não havia merecido a atenção necessária. São consequência também de algumas profundas mudanças geopolíticas e geoeconômicas em curso no cenário mundial.
Certa vez, Jean Monnet, artífice da União Europeia, foi questionado se não era demasiadamente otimista em relação à integração da Europa. “Eu não sou otimista, eu sou determinado”, respondeu Monnet. Sejamos determinados: o Mercosul é um caminho sem volta.

Dr. Rosinha é médico pediatra, deputado federal (PT-PR) e ex-presidente do Parlamento do Mercosul (http://www.twitter.com/DrRosinha). Publicado na Carta Maior.

Conflito Brasil - Argentina: por que a Lei de Talião é ilegal no Mercosul?

Conflicto Argentina-Brasil: ¿Por qué en el Mercosur es ilegal la "Ley del Talión"?
Alejandro Perotti
, abogado y profesor de la Universidad Austral, analiza aspectos jurídicos de la crisis que enfrenta a los dos grandes miembros del bloque, para iProfesional

Sin perjuicio de las aristas políticas del actual conflicto comercial con Brasil, resulta oportuno hacer algunas consideraciones jurídicas, si perder de vista, es cierto, que la rapidez que exigen las transacciones comerciales, en ocasiones, poco se ajusta a los tiempos del derecho.
De las misivas intercambiadas entre los ministros Giorgi (Argentina) y Pimentel (Brasil), como así también de lo que surge de la prensa (proveniente de ambos lados de la frontera), parece desprenderse que ambos Estados Partes justifican las medidas adoptadas (licencias no automáticas de importación) en el incumplimiento previo de las normas del Mercosur por parte del otro Estado.

El derecho del Mercosur
Independientemente de si Argentina ha incumplido los plazos para la emisión de las licencias de importación, o de si Brasil es responsable de las medidas endilgadas por la ministra Giorgi en su carta (o de si respetará los plazos para emitir las licencias de importación en relación a los productos automotor), lo cierto es que la justificación utilizada para las medidas recíprocas carece "absolutamente" de base legal válida.
Bien es cierto que según el artículo 2 del Tratado de Asunción (Mercosur) "el Mercado Común estará fundado en la reciprocidad de derechos y obligaciones entre los Estados Partes". Sin embargo, el artículo 38 del Protocolo de Ouro Preto dispone que "los Estados Partes se comprometen a adoptar todas las medidas necesarias para asegurar, en sus respectivos territorios, el cumplimiento de las normas emanadas de los órganos del Mercosur", y por otro lado, el Protocolo de Olivos para la solución de controversias, suscripto entre los Estados Partes, establece los mecanismos que puede utilizar un Estado Parte (y aún un particular) para denunciar una violación de una norma mercosureña y obtener su cumplimiento.
Por tal razón, ningún Estado Parte puede justificar su infracción del derecho regional en el previo incumplimiento de otro Estado Parte, ni aun cuando la actitud de éste sea evidente y no deje lugar a dudas.
En las circunstancias de este conflicto (incumplimientos recíprocos), es cierto, podría recordarse la -conocida- non adimpleti contractus, o excepción de incumplimiento previo.
Esta excepción, plenamente aplicable en el derecho privado, ha tenido plasmación en el ámbito del derecho internacional público al ser receptada en la Convención de Viena sobre el derecho de los tratados de 1969.
No obstante, esta excepción de incumplimiento previo no rige en el ámbito del Mercosur, tal como se desprende de las normas citadas.

El Tribunal del Mercosur
Más aún, su proscripción del derecho del bloque, o lo que es lo mismo, la imposibilidad de su alegación como causal de justificación, ha sido explícitamente reconocida por el Tribunal del Mercosur en los asuntos tributos internos a los cigarrillos (Paraguay c/Uruguay) y estímulos impositivos a la industrialización de la lana (Argentina c/Uruguay).
En ambos expedientes, uno de los argumentos defensivos invocados por la representación oriental fue la existencia de una violación previa por parte del Estado demandante.
En particular el Tribunal que intervino en el último caso citado fue muy enfático al reconocer -con base en la jurisprudencia andina y europea- que en el contexto de un proceso de integración como el del Mercosur, ningún Estado Parte puede justificar un acto nacional infractor del derecho regional en el incumplimiento anterior de otro Estado Parte.
Para el Tribunal, los artículos 2 del Tratado de Asunción y 38 del Protocolo de Ouro Preto, conjuntamente con el Protocolo de Olivos, otorgan al Estado Parte afectado el derecho de exigir la observancia del ordenamiento jurídico -en última instancia- ante el Tribunal del Mercosur, y de persistir el incumplimiento luego de la sentencia del citado tribunal, dicho Estado tiene asimismo la prerrogativa de aplicar una medida compensatoria.
Únicamente observando dichos requisitos, un Estado Parte puede aplicar una medida de retaliación, la cual, por otro lado, puede ser controlada por el Tribunal regional.
Por otro lado, debe recordarse que el Tribunal del Mercosur ha determinado -en su primera sentencia- los estrictos requisitos a los debe ajustarse la exigencia de una licencia no automática de importación para ser compatible con el derecho del bloque.
Finalmente, en el caso en el que un Estado Parte vea afectado su comercio de productos perecederos, estacionales o de aquellos que pierden su valor con el paso del tiempo, el propio ordenamiento mercosureño, a través del mecanismo de las medidas excepcionales y de urgencia, le otorga un sistema ágil de liberación de la frontera, cuyo procedimiento es sumarísimo y con una duración extremadamente reducida (a lo sumo 2 semanas).

Conclusión
A esta altura parece evidente que la nueva administración brasileña tendrá una "paciencia estratégica" menos flexible que la mantenida por el ex presidente Lula.
Asimismo, episodios como éste no pueden llevar a la equivocación de rechazar la "dependencia" con relación a los otros Estados, pues cuanto más dependencia hay, menor espacio existe para medidas inconsultas. Bien es cierto que la dependencia, para ser sana y duradera, debe ser recíproca, o mejor dicho (en el Mercosur), cuadripartita.
Lo negativo en un proceso de integración regional no son los conflictos comerciales -pues mientras haya comercio, los habrá-, sino que los mismos sean reiterados debido a la inexistencia de mecanismos eficaces y ágiles para neutralizarlos. La persistencia de controversias comerciales sin disponer paralelamente de instrumentos efectivos para su rápida desarticulación (derecho e instituciones), tal como ocurre en medicina con una enfermedad mal curada, trae secuelas que lleva tiempo subsanar.
En virtud de lo anterior, más allá de la esperanza de que el presente conflicto comercial halle pronta solución negociada, lo cierto es que, desde el punto de vista legal, ningún Estado Parte del bloque puede violar el derecho regional pretendiendo eximirse de la responsabilidad correspondiente bajo el argumento del incumplimiento anterior por parte de otro Estado.

Asamblea Eurolat se pronuncia sobre corrupción, políticas sociales y acuerdo UE-MERCOSUR

El jueves 19 de mayo, el Pleno de la Asamblea EuroLat se reunió en el Palacio Legislativo de la ciudad de Montevideo y aprobaron los informes de las Comisiones Permanentes.

El primer informe a ser tratado y aprobado fue el de la Comisión de Asuntos Económicos, Financieros y Comerciales. Este informe fue ampliamente debatido el día de ayer (miércoles 18 de mayo) y los bloques se vieron enfrentados por algunos diferendos referentes a la redacción de algunos puntos; especialmente el punto 12 en que se hacía referencia al aumento de los costos a causa de la corrupción en Latinoamérica, y que finalmente fue resuelto en forma amigable al encontrar un terreno en común donde ambas partes acordaron combatir la corrupción administrativa en todos los países miembros de EuroLat.
Los otros puntos fueron debatidos someramente y entre ellos se destacan los que buscan profundizar los lazos comerciales y caminos de mejoramiento de las estrategias de comercio de ambos bloques. Una de las propuestas más interesantes que se presentó en este informe es el 10º que comienza diciendo: "Propone el objetivo a largo plazo de compartir normas sociales, ecológicas, sanitarias, técnicas y de calidad en la economía de la UE y de América Latina a fin de evitar una «competencia a la baja» en estos ámbitos..."
Finalmente, y de vital importancia para el MERCOSUR el apoyo a la reanudación de las negociaciones para finalizar el acuerdo UE-MERCOSUR, "...ya que constituirá, cuando se celebre, un acuerdo birregional de los más ambiciosos del mundo..."

El siguiente informe que pasó a votación fue el de la Comisión de Asuntos Políticos, Seguridad y Derechos Humanos. Entre los puntos de mayor relevancia de este informe, encontramos una iniciativa que "Considera que la seguridad debe entenderse como un concepto integral, preservando el enfoque colectivo característico de la Carta de Naciones Unidas..." y que refuerza la voluntad democrática y de crecimiento social en todos los países del Bloque. La votación del informe fue llevada a cabo en forma normal y no hubo enmiendas verbales al mismo y fue aprobado por mayoría.
Por último, se votó el informe de la Comisión de Asuntos Sociales, Intercambios Humanos, Medio Ambiente, Educación y Cultura. Este informe fue aprobado en forma unánime y su contenido versa principalmente en las necesidades de coordinación y desarrollo de políticas sociales que permiten a los Estados y sus poblaciones superar crisis actuales y futuras en forma de que los daños que las mismas ocasionen sean menores y sea posible recuperarse en forma más ágil.
El informe también busca que se desarrollen políticas de inclusión de mujeres y jóvenes en los mercados de trabajo así también como que se "continúen los esfuerzos por parte de los gobiernos para una mayor y mejor educación pública que preserve los equilibrios sociales en base a la igualdad y la democracia que se traduzcan en mejores oportunidades de empleo..."

Una vez finalizadas las votaciones se realizó un breve receso antes de proceder a finalizar la V Sesión Plenaria Ordinaria de EuroLat.
Comunicado de Imprensa, Parlamento do Mercosul

Parlamentares querem fim do protecionismo entre Mercosul e União Europeia

Agência Câmara - Representantes do Grupo Interparlamentar União Europeia (UE) – Mercosul defenderam o fim do protecionismo como forma de enfrentar as desigualdades entre os dois blocos econômicos. O assunto foi discutido durante a 5ª Sessão Ordinária da Assembleia Parlamentar Euro-Latina (Eurolat), em Montevidéu, no Uruguai, na última quarta feira (18). A Eurolat busca consolidar o diálogo político entre os países europeus e os da América Latina e Caribe.

Os participantes do encontro também assumiram o compromisso de prosseguir o debate sobre o tema imigração, levando adiante objetivos e prioridades comuns. Assim, os blocos sinalizaram dar continuidade ao Acordo de Associação Estratégica UE-Mercosul, realizado em novembro de 2010, em Cuenca, no Equador. Na ocasião, os parlamentares definiram a importância da integração birregional como meio de promoção do desenvolvimento sustentável. Os caminhos para o cumprimento dessa meta estão pautados em justiça social, diversidade cultural, soberania e autodeterminação de seus povos.

Os debatedores destacaram ainda a importância de estreitar os laços históricos entre os blocos. O Brasil foi representado na reunião pelo deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR).

Mais informações sobre a Eurolat.