Parlasul para o século XX ou XXI?

Um dos maiores desafios para o Parlasul é tornar-se conhecido da população. A iniciativa de organizar um seminário sobre o tema "integração, representação e comunicação" (dias 30 de novembro a 2 de dezembro, em Montevidéu), é um primeiro passo na direção da capacitação dos profissionais de comunicação. Apesar de louvável, esta iniciativa tem suas limitações. A primeira delas é o seu público alvo: se se restringir aos profissionais das grandes mídias - que, no Brasil, está nas mãos de algumas famílias - a informação sobre o Mercosul poderá ser restrita e influenciada pelos interesses dos empresários da comunicação. Em segundo lugar, ao restringir os canais pelos quais ocorrerá o debate público sobre o Parlasul, os termos do debate tornam-se controláveis mas menos legítimos. É isto o que se quer? Vê-se que os membros do Parlasul atuam com excesso de parcimônia. E, neste caso, é um equívoco. Para fomentar a visibilidade do Parlasul e legitimá-lo perante a opinião pública o caminho não é fazê-lo ingressar nas pautas das grandes mídias, mas também nos veículos de comunicação produzidos pelos próprios cidadãos. É lastimável que, em plena era da internet, este Seminário não permita a participação remota e on line dos cidadãos do Mercosul.