Secretaria de Comunicação Social do Parlasul - Segundo o informe publicado pelo Latinobarométro, denominado “2010 América Latina sob o Mundo: a globalização e as relações com outros países do mundo”, 71% dos entrevistados estão a favor da integração econômica entre os países da América Latina.
Foram realizadas 20.204 entrevistas de forma pessoal em 18 países entre 21 de setembro e 26 de outubro de 2009, com mostras representativas de 100% da população nacional de cada país de 1.000 e 1.200 casos, com margem de erro de 3% por país, segundo informou a Corporação Latinobarómetro. O estudo contou com o apoio de múltiplos organismos e governos, entre outros, OEA (Organização de Estados Americanos), CAF (Corporação Andina de Fomento), SIDA (Swedish International Development Cooperation Agency), AECI (Agência Espanhola de Cooperação Internacional), o Banco Mundial e a Agência de Cooperação do Canadá, CIDA.
O apoio à integração econômica na América Latina tem variado entre 70% em 2002, sua cifra mas baixa desde que se aplica a pergunta (1997) e 85% no ano 2005. No ano 2009 se registra 71%. Em todos os países predomina uma visão majoritária a favor da integração econômica, sendo que entre todos os países da América Latina participantes da entrevista, inclusive os do MERCOSUL, Uruguai quem mais a favor se encontra, com 84%. Logo em seguida, se encontra Argentina com 79%, Brasil com 65% e Paraguai com 63%.
Segundo o Parlamentar argentino Mariano West, os números refletem por um lado o maior estudo nas escolas sobre a integração da América Latina e um aumento da consciência da importância da integração.
Sobre os resultados no Uruguai, país onde os cidadãos mais apóiam a integração, o parlamentar uruguaio Alberto Couriel defendeu que o governo do Frente Amplo tem forte incidência nos resultados favoráveis, por ser um governo que sempre defendeu a integração econômica e política da região.
O parlamentar uruguaio Gustavo Penadés, do Partido Nacional, afirmou que o apoio dos cidadãos de seu país à integração econômica deve-se a uma multiplicidade de fatores, dentre os quais a “necessidade do Uruguai de ampliar os mercados para comercializar seus produtos, sendo que com o MERCOSUL passou a comercializar com um mercado de 300 milhões de habitantes, por essa razão, segundo o Parlamentar a população brinda uma prioridade alta à integração econômica”.
Integração política
Pela segunda vez, os latino-americanos foram questionados sobre a integração política na região. Argentina aparece em primeiro entre os países do MERCOSUL e da América Latina onde os cidadãos estão mais dispostos à integração política, 76% responderam favoravelmente, enquanto que no Uruguai 71%, Brasil 61% e Paraguai 52%.
O parlamentar Mariano West entende que existe um sentimento maior a favor da integração na Argentina, que vem sendo marcado politicamente há algum tempo.
“A integração política ocorrerá agora, na medida que se implemente a proporcionalidade atenuada e se realize as eleições diretas ao Parlamento do MERCOSUL”, afirmou o parlamentar Mariano West.
Sobre a integração política, o parlamentar Alberto Couriel destacou a transcendência dos resultados da entrevista e criticou o Partido Nacional sobre suas posições a respeito do tema:
“Porque se um olha as declarações do Partido Nacional, através de seu líder Lacalle, ele está criticando permanentemente o MERCOSUL, que apenas tem que ser uma integração comercial, ressaltando praticamente que o MERCOSUL está arruinado e nunca aceitou nenhum tipo de integração política. Assim, se 71% dos uruguaios crêem na necessidade da integração política na região e 84% na integração econômica, esses resultados refletem muito mais a posição do governo do Frente Amplio”, disse o parlamentar Couriel.
O parlamentar Gustavo Penadés rejeitou veementemente as afirmações do parlamentar Alberto Couriel e enfatizou que “o MERCOSUL existe devido ao governo do Partido Nacional, que liderado pelo atual Senador Lacalle, assinou o Tratado de Assunção naquele momento, ressaltando uma forte ênfase ao MERCOSUL Econômico”.
Para o parlamentar Gustavo Penadés, a pergunta sobre a integração política na região parece ser um tanto vaga, uma vez que não há uma conceptualização clara do que se entende por integração política, permitindo qualquer tipo de interpretação. Segundo o parlamentar, se perguntar aos cidadãos uruguaios sobre a necessidade da existência de um Parlamento do MERCOSUL, a proporção seria outra e não seria tão favorável.
“Uruguai é um país que tem uma consciência muito segura de que a viabilidade econômica ocorre a medida que América Latina, e o MERCOSUL em especial, tenha uma unidade de critérios na integração”, afirmou o parlamentar Gustavo Penadés.
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