Agência Senado - Estimulado por senadores brasileiros durante a última sessão do Parlamento do Mercosul, em Montevidéu, o ingresso definitivo da Venezuela no bloco econômico pode enfrentar agora um novo obstáculo. Foi divulgada na terça-feira (17), em Assunção, uma pesquisa de opinião, feita pela empresa Ati Snead, segundo a qual 47,4% dos paraguaios não querem ver a Venezuela como membro pleno do Mercosul.
De acordo com a pesquisa, apenas 27,7% apoiam a participação dos venezuelanos no bloco, enquanto 24,9% não responderam à pergunta apresentada pela pesquisa. A divulgação do resultado ocorre no momento em que o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, avalia o reenvio ao Congresso Nacional de seu país do protocolo de adesão da Venezuela, retirado do Legislativo há um ano por causa do risco de rejeição da proposta pelos parlamentares paraguaios.
- Com a opinião pública contrária, no Paraguai, haverá mais dificuldade no debate sobre a adesão da Venezuela - admitiu o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), ex-presidente do Parlamento do Mercosul e defensor do ingresso do novo sócio.
Para Rosinha, os parlamentares do Paraguai deverão tomar uma "decisão política" importante sobre o tema, mesmo diante da rejeição da adesão da Venezuela por boa parte dos paraguaios. Em sua opinião, o resultado da pesquisa de opinião pode ter sido influenciado pelas críticas feitas ao Mercosul, de forma geral, pela imprensa paraguaia.
Durante a última sessão do Parlasul, no início de agosto, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que acabara de ser eleito presidente do órgão legislativo regional, defendeu o ingresso da Venezuela no bloco. A adesão desse país - e a consequente participação de parlamentares venezuelanos no Parlasul, com direito a voz e a voto - tornaria mais fácil, a seu ver, a adoção do chamado "critério de representação cidadã", que permitirá garantir maior número de vagas no parlamento aos países com maiores populações.
Por isso, durante a última reunião da Mesa Diretora do Parlasul, em Montevidéu, o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) fez um apelo ao presidente da representação paraguaia, parlamentar González Núñez, em favor da rápida aprovação do protocolo pelo Congresso do Paraguai.
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